Relacionamentos – uma confusão que vale a pena
Relacionamentos –
uma confusão que vale a pena[1]
Motivado pelo Dia dos Namorados
resolvi pensar um pouco mais sobre os relacionamentos que temos. Descobri que vivemos
um colapso relacional! Não poucas vezes presenciamos brigas entre casais. Algumas
dentro da Igreja antes mesmo de terminar os avisos. São maridos que não
entendem as esposas. Esposas que não conversam com os maridos. Namorados que
antes de casarem ou enfrentarem uma crise juntos como família já estão em
pé-de-guerra. Sentimentos de dor, tristeza, abandono, solidão, decepção,
amargura e frustração, constantemente estão assolando os corações e ocupando a
mente das pessoas mesmo na igreja. Será que a Bíblia tem algo a nos dizer para
revitalizarmos nossos relacionamentos? Para termos um relacionamento que
glorifique a Deus? Creio piamente que sim!
Primeiro, devemos entender que o Senhor criou Adão e Eva
como expressão do relacionamento perfeito que existe na Trindade desde a eternidade
(Gn 1.26-28). Nosso compromisso com a pessoa que Deus colocou em nossas vidas é
expressar essa glória manifestada não comunhão de amor, submissão e serviço
existentes em Deus Pai, Filho e Espírito Santo (Jo 17.21-24).
Segundo, precisamos entender a queda e suas consequências
(Gn 3-4). Adão e Eva se rebelaram contra Deus e a partir de então, não
cumpririam mais suas ordens de governar o mundo criado, sujeita-lo e
multiplicarem-se. Com a queda multiplicaram suas dores, “conheceram” de forma
limitada o bem e o mal, e não sabem lidar com eles, tentam governar e sujeitar a
vida um do outro a ponto de ser continuamente mau todo desígnio dos seus
corações (Gn 6.5). Portanto, para que
nossos relacionamentos sejam melhores devemos travar a batalha no campo dos
nossos corações. Nossos corações guiarão nossos comportamentos. Relacionamentos
e circunstâncias são apenas ocasiões nas quais nossos corações se revelam. O que
nos leva a concluir: se o seu coração é a fonte do problema do seu pecado,
então a mudança permanente deve abranger a totalidade do seu coração. Para
termos relacionamentos saudáveis não é suficiente alterarmos o comportamento ou
mudarmos as circunstâncias, Cristo precisa transformar radicalmente nossos
corações. Se o coração não mudar será inútil (Mt 23.25,26) [2].
Em último lugar devemos entender que nossos relacionamentos
não são um fim em si mesmo, é um meio de nós glorificarmos a Deus. O apóstolo
Paulo nos instrui dizendo “quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra
coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). A ironia é que, ao
revertermos essa ordem, elevamos a criação acima do criador, acabamos
destruindo os relacionamentos que Deus queria que desfrutássemos. Nós nos
contentamos com a satisfação de relacionamentos humanos quando estes deveriam
apontar para a satisfação relacional perfeita que encontramos apenas com Deus[3].
Portanto, se quisermos relacionamentos que são saudáveis, e glorificam a
Deus e nos trazem alegrias, precisamos aprender a colocar em prática o
relacionamento de submissão encontrado na Trindade. Devemos lidar com o pecado
do nosso coração para termos uma melhor relação com Deus e com minha esposa,
namorado, filhos e amigos. E por fim, tenho que viver todas as áreas como
expressão da glória de Deus que resplandece em mim e através de mim. E que Deus
nos dê todos os dias para celebra-los como sendo Dia dos Namorados.
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