Marcelo Crispim

sexta-feira, agosto 03, 2012

Ver Cristo Ressurreto é muito mais que um encontro!


Ver Cristo Ressurreto é muito mais que um encontro! João 20.11-10

Somente o evangelho de João descreve a conversa que Jesus teve com Maria após a ressureição[1]. O versículo 10 é uma transição. Mostra Pedro e o discípulo amado sendo deixados de lado: os dois discípulos voltaram para casa. O verso 11 inicia mostrando um contraste: Maria retorna ao sepulcro[2]. O Evangelho de Marcos nos diz que esta Maria é a mesma que foi liberta de demônios (Mc 16.9) conforme descrito por Lucas (8.1-3).  Aqui se faz necessário conhecer um pouco de Maria Madalena.
Seu nome provavelmente indica que ela veio de Magdala, na costa sudoeste do mar da Galileia. Depois de Jesus expulsar sete demônios (Mc 16.9; Lc 8.2), ela tornou-se uma seguidora devota. Não há dados reais para pensarmos que ela tinha sido uma mulher de vida imoral antes de Jesus curá-la. A única associação que se faz é o fato da primeira menção do seu nome em Lucas 8.2 vir imediatamente após uma mulher pecadora ter ungido Jesus (Lc 7.36-50). Sabemos que ela procurou o corpo de Jesus no túmulo (Mt 27.61) e foi a primeira a saber da ressureição (Mt 28.1–8); Mc 16.9; Lc 24.1, 10). Não se sabe mais nada sobre ela depois da ressureição de Jesus[3].
“Não se relata o motivo de Maria Madalena ter voltado ao túmulo. Seu sentimento de pesar e de perda pode ter feito com que ela voltasse”[4]. Ao lermos o texto vemos “Maria decidida a descobrir o que tinha acontecido ao corpo de Jesus; provavelmente ela concluiu que, se ficasse ali, passaria alguém e lhe daria a informação que desejava[5]” (vs. 13, 15). Hoje observaremos três atitudes de Maria neste texto.
I - A atitude de Maria. O primeiro aspecto do texto que nos chama a atenção é justamente esta atitude de Maria Madalena. Enquanto todos voltavam para casa, ela queria saber onde colocaram o corpo do seu Senhor. J. C. Ryle aplica este episódio dizendo: “os que amam a Jesus Cristo com maior veemência e constância são aqueles que recebem maiores privilégios de sua divina mão”[6], isto envolvendo toda sua história de vida aos pés do Senhor desde da libertação dos espíritos malignos.
Aplicação: Qual tem sido nossa atitude diante da graça que recebemos do nosso Senhor? Ex. salvação, família, amigos, trabalho...
II - O choro de Maria. Sua Profunda tristeza a fez não atentar para os anjos presentes no túmulo e nem reconhecer o próprio Cristo. A presença dos anjos é uma evidência de que o próprio Deus está agindo. João está dizendo é que esse túmulo vazio não pode ser explicado com apelo aos ladrões de túmulos; o que houve não foi nada mais que a invasão do poder de Deus[7]. Maria não percebe nada disto. A primeira pergunta dos anjos (vs. 13) foi uma censura de forma gentil, pois não era para ela estar chorando. Estava cega pelas lágrimas. A segunda pergunta foi um convite à reflexão (vs. 15) sobre o tipo de Messias que ela estava procurando. Ela foi convidada a ampliar seus horizontes e reconhecer que, por maior que fosse sua devoção, sua compreensão ainda era muito pequena[8].
Aplicação: O que tem atrapalhado você ver a ação de Deus na sua vida? Você tem lamentado alguma situação e não tem percebido a ação de Deus? Pela fé você tem ampliado seus horizontes (espirituais e evangelísticos)?
III – A mensagem de Maria. Jesus se faz conhecido a Maria quando lhe chama pelo nome (vs. 16 – ler Jo 10.1-5). É-lhe dada uma missão: a de comunicar a seus irmãos que Cristo voltaria para Deus. Ela não pensou duas vezes e saiu logo a proclamar: vi o Senhor!
Aplicação: nós recebemos uma missão: proclamar o Senhor (Mt 28:18-20). Você tem feito isto? Qual a mensagem você leva a outras pessoas?
Conclusão: Meus irmãos, Cristo ressuscitou! Você já viu o Senhor da glória? Tem buscado servi-lo? Sua promessa é de estar conosco todos os dias da nossa vida. Isso tem transformado sua fé? Qual tem sido sua atitude? Como você tem vivido na presença do Senhor? Qual tem sido sua mensagem? Que Deus nos dê o privilégio de anunciarmos o Cristo Ressurreto.


[1] RYLE, J. C. Juan: los evangelios explicados. CLIE, Barcelona, 1977, p. 398
[2] CARSON, D. A. Comentário de João. Sheed Publicações, São Paulo, 2007, p. 641
[3] DOUGLAS, J., & Tenney, M. C. New International Bible Dictionary. Zondervan, Grand Rapids, 1987, p. 628
[4] CARSON, D. A. p. 641
[5] BRUCE, F.F. João – introdução e comentário. Mundo Cristão, São Paulo, 1987, p. 300
[6] RYLE, J. C. Juan: los evangelios explicados. CLIE, Barcelona, 1977, p. 398
[7] CARSON, D. A. p. 642
[8] Ibid, p. 642

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