A
consciência do perdão nos conduz à mudança.
Lucas
7. 41-43
1.
Conhecendo o contexto:
Jesus provavelmente havia pregado
na Sinagoga no sábado e seu sermão impactado tremendamente os ouvintes[1]. Como
de costume Simão o convida para jantar consigo. Simão era fariseu – isto
é, muito zeloso da lei e dos costumes (Lc 7.36 – 37). Uma mulher rouba a cena.
Chora, unge e com os cabelos enxuga os pés de Jesus. A mulher tinha má
reputação (Lc 7.39). Algumas questões estão em conflito na mente de Simão:
1) Se a mulher comprou o perfume tão caro com dinheiro ganho na prostituição, o
presente seria impuro? Ler (Dt 23.18). 2) Era contra os bons costumes uma
mulher soltar seus cabelos em público[2].
Era sinal de desonra[3].
Porque Jesus permitiu que tudo isso acontecesse? Simão começa a olhar para
Jesus de modo diferente e reflete em sua mente: se fosse profeta saberia que
ela é pecadora, não aceitaria seu presente. Um profeta respeitável não deixaria
que uma prostituta o tocasse.
Jesus conhecendo o coração de
Simão lhe propõe esta parábola com o propósito de ensinar que “o grau de
gratidão expresso por alguém cuja dívida foi perdoada é diretamente
proporcional ao total do débito”[4].
Ou seja, “Jesus lhe oferece uma perspectiva espiritual dos acontecimentos”[5] mostrando
que quanto maior for a culpa (dívida), maior será a gratidão pelo perdão[6].
Implicação: Somente
uma pessoa que tem consciência do tamanho da sua dívida se curva diante de
Cristo para adorar.
A atitude da mulher e de Simão
nos chama a atenção na parábola pelo tamanho contraste. O anfitrião por questão
de humildade e honra deveria beijar o rosto e ungir a cabeça do visitante.
Simão, todavia, por causa da desconfiança para com Cristo (se de fato fosse
profeta “Lc. 7.39”) não conseguiu sequer cumprir o requisitos básicos de
recepção a uma autoridade. A soberba é um perigo terrível. Ela é sempre e
invariavelmente destruída[7]. A
soberba precede a queda (Pv. 16.18; Ez 28.11-19). O orgulho não nos deixa ver
as maravilhas do perdão (Lc 15.28-32).
A mulher, pecadora, provavelmente
ouviu a pregação de Cristo na Sinagoga e agora voltava com o coração cheio de
gratidão. Por isso, as lágrimas, o bálsamo e os beijos nos pés! O beijo nos pés
é sinal de humilde gratidão, por alguém que salvou a vida[8].
Prostrar-se é símbolo de adoração (Sl 95.6). Um coração cheio de graça nos
conduz em louvor e gratidão a Deus. Quando temos conhecimento de quem somos e
do perdão que obtemos a única saída é amar mais (Lc 7.42).
Aplicação: Em resposta ao que Cristo fez por
nós, o que temos feito? Como podemos demostrar que estamos amando mais a
Cristo? Ir à igreja? Evangelizar? Colocar em prática os dons e talentos? Dar
testemunho? Ser dizimista? Qual tem sido nossa atitude diante de Cristo, Simão
ou a mulher pecadora?
[1] MACARTHUR, John. The transformed sinner. www.gty.org.
[2]
Ibid, p.161
[3]
JEREMIAS, Joaquim. As parábolas de Jesus.
Ed. Paulus, São Paulo, 5ª Ed. 1986, p.128
[4]
KISTEMAKER, Simon. As parábolas de Jesus.
Ed. Cultura Cristã, São Paulo, 2ª Ed. 2002,
p.160
[5]
KISTEMAKER, Op. cit, p.162
[7] Quando a arrogância é maior que o bom senso. Revista Ultimato, Julho – Agosto 2012.
Ano XLV, Nº337, p.42
[8]
JEREMIAS, Op. cit, p. 128
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