Marcelo Crispim

sexta-feira, agosto 03, 2012


A consciência do perdão nos conduz à mudança.
Lucas 7. 41-43

1.      Conhecendo o contexto:

Jesus provavelmente havia pregado na Sinagoga no sábado e seu sermão impactado tremendamente os ouvintes[1]. Como de costume Simão o convida para jantar consigo. Simão era fariseu – isto é, muito zeloso da lei e dos costumes (Lc 7.36 – 37). Uma mulher rouba a cena. Chora, unge e com os cabelos enxuga os pés de Jesus. A mulher tinha má reputação (Lc 7.39). Algumas questões estão em conflito na mente de Simão: 1) Se a mulher comprou o perfume tão caro com dinheiro ganho na prostituição, o presente seria impuro? Ler (Dt 23.18). 2) Era contra os bons costumes uma mulher soltar seus cabelos em público[2]. Era sinal de desonra[3]. Porque Jesus permitiu que tudo isso acontecesse? Simão começa a olhar para Jesus de modo diferente e reflete em sua mente: se fosse profeta saberia que ela é pecadora, não aceitaria seu presente. Um profeta respeitável não deixaria que uma prostituta o tocasse.
Jesus conhecendo o coração de Simão lhe propõe esta parábola com o propósito de ensinar que “o grau de gratidão expresso por alguém cuja dívida foi perdoada é diretamente proporcional ao total do débito”[4]. Ou seja, “Jesus lhe oferece uma perspectiva espiritual dos acontecimentos”[5] mostrando que quanto maior for a culpa (dívida), maior será a gratidão pelo perdão[6].
Implicação: Somente uma pessoa que tem consciência do tamanho da sua dívida se curva diante de Cristo para adorar.
A atitude da mulher e de Simão nos chama a atenção na parábola pelo tamanho contraste. O anfitrião por questão de humildade e honra deveria beijar o rosto e ungir a cabeça do visitante. Simão, todavia, por causa da desconfiança para com Cristo (se de fato fosse profeta “Lc. 7.39”) não conseguiu sequer cumprir o requisitos básicos de recepção a uma autoridade. A soberba é um perigo terrível. Ela é sempre e invariavelmente destruída[7]. A soberba precede a queda (Pv. 16.18; Ez 28.11-19). O orgulho não nos deixa ver as maravilhas do perdão (Lc 15.28-32).
A mulher, pecadora, provavelmente ouviu a pregação de Cristo na Sinagoga e agora voltava com o coração cheio de gratidão. Por isso, as lágrimas, o bálsamo e os beijos nos pés! O beijo nos pés é sinal de humilde gratidão, por alguém que salvou a vida[8]. Prostrar-se é símbolo de adoração (Sl 95.6). Um coração cheio de graça nos conduz em louvor e gratidão a Deus. Quando temos conhecimento de quem somos e do perdão que obtemos a única saída é amar mais (Lc 7.42).
Aplicação: Em resposta ao que Cristo fez por nós, o que temos feito? Como podemos demostrar que estamos amando mais a Cristo? Ir à igreja? Evangelizar? Colocar em prática os dons e talentos? Dar testemunho? Ser dizimista? Qual tem sido nossa atitude diante de Cristo, Simão ou a mulher pecadora?


[1] MACARTHUR, John. The transformed sinner. www.gty.org.
[2] Ibid, p.161
[3] JEREMIAS, Joaquim. As parábolas de Jesus. Ed. Paulus, São Paulo, 5ª Ed. 1986, p.128
[4] KISTEMAKER, Simon. As parábolas de Jesus. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, 2ª Ed. 2002, p.160
[5] KISTEMAKER, Op. cit, p.162
[6] JEREMIAS, Op. cit, p. 129
[7] Quando a arrogância é maior que o bom senso. Revista Ultimato, Julho – Agosto 2012. Ano XLV, Nº337, p.42
[8] JEREMIAS, Op. cit, p. 128

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